sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Porto Rico é bonito?

Vejam por vocês mesmos.


Esse é o campus da Universidade de Puerto Rico (Rio Piedras):








Esse é o prédio da faculdade de direito, pelo qual me apaixonei mesmo antes de saber que foi construído por um discípulo do Frank Lloyd Wright, chamado Henry Klumb (mas acho que isso explica em parte porque eu amei o prédio):






E esses são grafites na vizinhança onde eu fiquei:












E esse é um quadro do prédio onde eu fiquei hospedada, que não foi desenhado pelo Klumb (o que também explica porque eu não amei o prédio):



É isso aí pessoal!


quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

E os temperos se misturam, pero no mucho

Blog escrito em 18 de feveiro de 2009

Puerto Rico tem muito de América Latina, mas é praticamente território americano, povoado por cidadãos americanos, e vive sob os auspícios e caprichos do governo federal dos E.U.A. Por causa dessa ligação com os Estados Unidos, apesar da sua localização e da sua história, a cultura da ilha não é puramente latina.

Por exemplo, a temperatura aqui está ótima: oscila entre 20 e 25 graus celsius. Nada perto do calor insuportável de alguns verões que passei no Brasil ou no Canadá. ainda assim, não há um único lugar fechado onde não haja ar condicionado. E a temperatura média dos lugares fechados, em geral, é abaixo dos 20 graus celsius. Ou seja, estou passando mais frio aqui do que no Canadá já que passo a maior parte do tempo em lugares fechados. E quando comentei com um professor da faculdade isso, a resposta que recebi foi: "você não está sozinha. Um aluno que veio do Alaska no ano passado em um programa de intercâmbio passou o semestre todo reclamando do ar condicionado..."

Além disso, as pessoas pegam o carro para ir pra qualquer lugar. Em parte, eu entendo o porquê: o sistema de transporte público não é bom. E isso criou um circulo vicioso. Por causa da má qualidade do transporte público, pessoas compram carros para se locomover. Isso diminui a quantidade de pessoas pressionando o governo por melhorias no transporte público, o que faz com que mais pessoas comprem carros. O resultado é o que eu encontrei aqui: com uma população de 4 milhões de habitantes, a ilha tem 3,5 milhões de carros. E como carros são lugares fechados, eles não fogem à regra:
andam sempre com ar condicionado ligado.

E as pessoas literalmente usam o carro para ir para qualquer lugar. Estou em um apartamento da faculdade de direito que fica a uma quadra da entrada do campus. Uma vez dentro do campus, em menos de dez minutos eu chego na faculdade de direito caminhando sem a menor pressa. E não tem razão para pressa: o caminho é cercado de jardins muito bem cuidados e avenidas rodeadas de palmeiras. Mas na segunda-feira o aluno encarregado de me levar para a faculdade -- que mora no prédio onde eu estou hospedada -- diz que vamos de carro. Eu digo que podemos ir a pé, pois eu não me incomodo. Pra minha surpresa, ele diz que vai de carro para a faculdade todos os dias. E me explica que ele não gosta de pegar sol, suar, e chegar na faculdade nesse estado para assistir aulas.

Depois dessa conversa, não foi uma surpresa ver que a faculdade de direito tem um estacionamento gigantesco. Absolutamente todos os alunos, professores e funcionários (do mais alto escalão até o faxineiro) vão de carro para a faculdade.

E para aqueles que estão pensando que provavelmente esse aluno é uma exceção à regra (ou seja todos moram relativamente longe e usam justificadamente o carro), devo mencionar que o diretor da faculdade, ao me convidar para almoçar na terça-feira, se ofereceu para me pegar de carro no apartamento. E toda vez que estou saindo da faculdade e encontro algum dos professores, a pessoa me oferece uma carona. Ou seja, acho que tendo opção, a maioria das pessoas iria dirigir, ao invés de caminhar as três ou quatro quadras que separam a faculdade do meu prédio.

Eu ainda não consegui definir se esse estilo de vida, pouco ajustado à preservação do meio ambiente, parece mais com os Estados Unidos ou com a América Latina. Acho que pelo menos a falta de preocupação com o meio ambiente, ou a falta de ambientalistas para fazer com que as pessoas ao menos se sintam desconfortáveis com seus hábitos, parece muito com a América Latina.

Mas os Burger Kings em todas as esquinas continuam a me lembrar estou no E.U.A.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Na panela, de novo.

Blog escrito em 16 de fevereiro de 2009

Sábado a noite cheguei em San Juan, Puerto Rico, onde vou passar uma semana dando um curso. Não levou mais de meia hora para eu perceber que estava de volta à panela.

Assim que saí do aeroporto, uma brisa quente com cheiro de maresia bateu no meu rosto. Apesar de ser quase meia noite, fazia 25 graus celsius, e eu tive que tirar imediatamente as três camadas de roupa com as quais saí do Canadá.

Mas foi quando eu pedi pra comprar algo para comer, que eu tive certeza que estava de volta à panela. O funcionário da faculdade de direito que foi me buscar no aeroporto me convidou para jantar na casa dele porque não íamos encontrar nenhum aberto tão tarde da noite. Pronto. Estava a esfera privada expandida, compartilhada, e aberta para quem quiser fazer parte das nossas vidas. Durante o jantar, descobrimos que tínhamos amigos e conhecidos em comum em Yale, no Canadá e, é claro, em Porto Rico. Depois do jantar, estávamos conversando como velhos amigos.

Devo adicionar que arroz e feijão no jantar foi essencial para me assegurar que estava de volta à panela.

Mas a gota d'água foi almoçar peixe frito no domingo, na vila dos pescadores (Piñones) de frente para o mar, tomando a cerveja local, chamada Medalla. O almoço me deu absoluta certeza de que eu estava na panela não tanto por causa da comida, mas por causa da mistura. Descendentes de escravos, dominicanos que imigraram ilegalmente em busca de uma vida melhor, e porto riquenhos dos mais variados tons de pele (como nós, brasileiros) se mexiam, andavam entre as mesas, falavam entre si, e brincavam comigo. Tudo borbulhava, ao gosto do domingo, do peixe frito, da cerveja, e do mar.


quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Comentários

Todo mundo reclamou que tentou deixar um comentário aqui e não conseguiu. Tentem de novo, pois acho que eu resolvi o problema. Comentários para posts antigos ainda são válidos e muito bem-vindos!


sábado, 7 de fevereiro de 2009

Música em homenagem ao meu primeiro fio de cabelo branco.



Enjoy!




Those Dancing Days Are Gone
by William Butler Yeats

Come, let me sing into your ear;
Those dancing days are gone,
All that silk and satin gear;
Crouch upon a stone,
Wrapping that foul body up
In as foul a rag:
I carry the sun in a golden cup.
The moon in a silver bag.

Curse as you may I sing it through;
What matter if the knave
That the most could pleasure you,
The children that he gave,
Are somewhere sleeping like a top
Under a marble flag?
I carry the sun in a golden cup.
The moon in a silver bag.

I thought it out this very day.
Noon upon the clock,
A man may put pretence away
Who leans upon a stick,
May sing, and sing until he drop,
Whether to maid or hag:
I carry the sun in a golden cup,
The moon in a silver bag.