Mas o inverno tem seus charmes. A cidade ficou muito bonita toda branca, coberta de neve, depois da nevasca de hoje. Além disso, a neve abafa um pouco sons e ruídos, e a caminhada para casa parece mais calma. É como se alguém tivesse abaixado o volume do trânsito que circula. Além disso, ninguém está preocupado com o que você está vestindo, porque sair com algo elegante é a última coisa que está passando pela cabeça de alguém em Toronto nesse momento. Enfim, seria um paraíso se não fosse a temperatura.
Além dos seus charmes, o inverno também tem seus mistérios. Por exemplo, reza a lenda que não há dois flocos de neve idênticos. Ainda bem, pois eles são absolutamente lindos e o mundo fica mais bonito com uma infinidade inacabável de delicadas esculturas como essa:

Um comentário:
Seus textos são geniais, diria tia Ivanira. E magníficas as fotos dos flocos de neve.
Lembrei-me de uma feira de matemática, no colégio, quando a professora fez enorme faixa com o texto que causou grande polêmica:
“Deus é o eterno geômetra. Deus geometriza sem cessar.”
Agora, encontro a citação num trabalho do prof. Jacir J. Venturini,
“A Geometria: Um Mundo de Infinita Harmonia”:
“A Geometria mereceu do renomado escritor argentino Ernesto Sábato um texto terno e delicioso:
‘Tinha doze anos quando assisti à demonstração de um teorema de Geometria e senti uma espécie de vertigem. Parecia que estava descobrindo um mundo de infinita harmonia. Não sabia, então, que acabara de descobrir o universo platônico, com sua ordem perfeita, com seus objetos eternos e incorruptíveis, de uma beleza perfeita e alheia a todos os vícios que eu acreditava sofrer. Assim, apesar de minha vocação ser a de escrever ou pintar, fui atraído durante muitos anos por aquela realidade fantástica.’
...
No frontispício da Academia de Platão, lia-se emblematicamente a inscrição: ’Que nenhum desconhecedor da Geometria entre aqui.’
— Que faz Deus?, pergunta o discípulo.
— Deus eternamente geometriza, responde sabiamente Platão. ”
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