quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Esse maravilhoso mundo de Quebec City

 


Todo mundo sabe que Quebec City é cheio de monumentos e prédios históricos. Mas há pelo menos duas coisas que poucas pessoas te contam sobre essa cidade. A primeira é que há uma obsessão com gatos.

 

Obviamente, há outros animais também, mas eles sempre estão acompanhados pelos gatos.



E há gatos para todos os gostos. Gatos pintados a ouro, com os peitos de fora,

 

Gatos de vidro,


 
Gatos pintados no vidro,


 

E gatos em vitrines coloridas.

  

Perguntei para algumas pessoas porque havia tantos gatos retratados na artesania local. Nenhuma resposta foi satisfatória. Uma das artistas me disse que ela gostava de gatos. Mas parece que todos os artistas da cidade também gostam, e eu fico me perguntando como ocorreu essa concentração de artistas que gostam de gatos em uma única cidade. Trata-se de um grande mistério.

A segunda coisa que ninguém te conta sobre Quebec city é que apesar desta ser supostamente a cidade mais européia do Canadá, é muito difícil encontrar um local pra tomar café. Andei muito durante a tarde, em busca de uma cafeteria, mas encontrei apenas gatos. No meio da minha andança, já afetada pela crise de abstinência, encontro cogumelos gigantes no gramado.

 

Imediatamente pensei que tinha sido transportada para o País das Maravilhas da Alice, e estava pronta para encontrar um gato sorridente que falava... 

Mas voltemos ao problema do café (ou da falta dele). A dificuldade de se encontrar um café é tão grande que nem hoje na hora do almoço consegui um a contento. Ao pedir para a garçonete um machiato, encontrei uma cara de interrogação.

- Machi o que?
- Quero um espresso com um pouquinho de leite.
- Você quer leite no seu espresso (outra cara de interrogação)

Nesse momento pensei que se eu insistisse no machiato ia acabar com algo intragável, como uma xícara gigantesca de leite frio com meu espresso no meio. Decidi me conformar com meu destino.

- Pode trazer um espresso mesmo.

O meu drama só chegou ao fim quando eu encontrei um vendedor em uma loja de artesanato que era francês. Perguntei pra ele onde eu poderia tomar café no meio da tarde.

- Bom, tem um starbucks descendo essa rua.
- Não. Starbucks, não. Por favor.

O moço abriu um sorriso de cumplicidade. Sim, nós dois fazíamos parte da minoria silenciosa que não acha que o café do Starbucks é bom. Foi nesse momento que ele decidiu compartilhar comigo a localização do que parece ser o único local na cidade onde se pode tomar um café bom no meio da tarde.

- Tem um café excelente, chamado Chez Temporel, na Rue Corillard.

Era exatamente o que eu estava procurando. Um local pequeno, simples, em uma ruela sem turistas, e com um café delicioso. Fiquei pensando se o fato de que a loja do francês não tinha gatos estava de alguma forma ligada ao fato de que ele sabia onde tomar um bom café. Seria ele uma das poucas pessoas sãs nessa cidade? 

Mas não demorou para a xícara acabar, esse pensamento de esvair, e eu ser tragada de volta para o País das Maravilhas de Quebec. Depois do almoço no restaurante do Porco Dourado - sem direito a machiato - estou indo jantar no restaurante do Coelho Veloz. Será que alguém podia me acordar desse sonho? Se possível, por gentileza, tragam uma xícara de café. 
 

Um comentário:

O Gato de Cheshire bebe café mineiro disse...

Queria aproveitar o ótimo post só para esclarecer que existem pessoas que gostam de gatos E de café bom!

Em defesa dos gatófilos cafeínicos,