Queria ver se esse povo vivia a vida sobre as ondas, como cantou Lulu Santos. Mas acho que os tempos mudaram.
Já no aeroporto, me deparei com uma legião de chineses. E eu não tive dimensão do que estava acontecendo até a hora que eu decidi comprar um café. Um grupo de chineses de terno entra no Starbucks, e estão na minha frente na fila, falando chinês. Quando chegam no caixa, fazem o pedido em chinês. A caixa, chinesa, responde em chinês e anota o pedido em chinês para dar para a outra chinesa que vai preparar os drinks. E assim funciona Palo Alto: chineses por toda parte, falando chinês. A imigração chinesa aqui é como a imigração latina pra Nova Iorque. Enquanto você ouve espanhol em todo lado na big apple, você vê e ouve chinês toda hora por aqui. E acho que não preciso dizer que os chineses não estão vivendo a vida sobre as ondas, certo? Não. O pessoal está dando duro aqui, como os latinos em Manhatann.
Depois do chineses, vieram as mulheres malhadas. Saí pra procurar um restaurante e pra todo lado via chineses e mulheres malhadas. Note-se: não estou falando de mulheres em forma, que fazem exercício para não ganhar peso. Estou falando de mulheres com os músculos dos braços e das pernas muito bem definidos, mas sem o inchaço de halterofilistas profissionais. Malhação mesmo, sem esteróides. Dá pra ver que esse pessoal também não está pegando onda. Ao invés disso, estão na academia, levantando peso.
Por fim, bicicletas. Há muitas bicicletas. De todos os tipos marcas e variedades. E muita gente andando de bicicleta. Quase todas as pessoas que eu vi que não eram chinesas ou mulheres malhadas. Eram pessoas de bicicleta. E, assim como os anteriores, esse pessoal não está vivendo a vida sobre as ondas. Eles estão vivendo a vida sobre as rodas, circundados por chineses e mulheres malhadas andando na rua.
Ainda que eu não tenha encontrado ninguém vivendo a vida sobre as ondas aqui, tem uma coisa que esses três grupos da população californiana tem em comum: todos sorriem pra você, o tempo todo, não importa qual a ocasião. Até os motoristas que param para você passar na faixa de pedestres te dão um sorriso. Portanto, se tem algo que une esse povo, com certeza é uma atitude mais positiva com relação à vida. Será que isso é viver a vida sobre as ondas?
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