domingo, 31 de julho de 2011

Pernas pra que te quero (4): trançando as pernas em San Francisco


 Último dia de viagem. Eu tinha que fazer o check-out as 11 da manhã e pegar um vôo para Costa Rica meia noite. Ou seja, as minhas opções eram vagar pelas ruas de San Francisco, homeless, carregando uma mala e procurando algo pra comer, ou... ir para um wine tour. Achei que a segunda opção combinava mais comigo. O boneco de cera e a Vespa na entrada da primeira vinícola pareciam confirmar minha premonição....





O que eu rapidamente descobri, todavia, é que quanto mais bonita a vinícola, pior o vinho. Acho que quanto menor a capacidade deles de produzir vinho bom, mais eles investem em infrastrutura. 
 

Ou seja, se você entrar em uma vinícola na qual construiram uma fonte na frente da plantação, e portais que tentam reproduzir os monumentos italianos, se prepare para tomar um dos piores vinhos da sua vida.
 

 Por outro lado, se você entrar em uma vinícola que têm uma casa simples, um jardim bem cuidado e uma construção histórica, da época das missões, que foi preservada, se prepare para um vinho bom. 







Mas apesar dos vinhos ruins, a viagem foi divertida. Não sei se eles se coordenaram ou não, mas cada guia dava uma informação diferente sobre a razão pela qual as vinícolas têm rosas plantadas no início de cada fileira de cada videira. O primeiro falou que era para identificar a cor da uva: rosa branca, uva branca, rosa vermelha (ou rosa), uva vermelha. O segundo disse que não era nada disso, que o propósito era meramente decorativo. O terceiro disse que era por causa das pragas: como as rosas são muito sensíveis, elas pegam a praga primeiro, e dão tempo do dono da vinícola passar inseticida na plantação antes de perder todas a safra. O motorista do ônibus, em contrapartida, disse que esse negócio de praga era balela, pois as pragas que atacam videiras são distintas das que atacam roseiras. Ficamos todos, inclusive eu, sem saber em quem acreditar...


 


O debate sobre as roseiras não deixa de ser, todavia, um modo interessante de organizar uma excursão turística. Sempre nessas excursões ouve-se apenas uma versão da história e as pessoas acabam guardando a informação como se fosse verdadeira, sem checar. Ou seja, fala-se muita besteira e ninguém é punido por isso. 

Nessa excursão, em contraste, eles conseguiram dar a todos um gostinho do que é o trabalho acadêmico. O pesquisador lê tudo sobre um assunto e acaba descobrindo que várias pessoas têm várias versões ou análises sobre um mesmo tema. O que fazer para descobrir quem está certo? Já adianto que colocar no google não adianta: todo tipo de informação que você encontrar tem o mesmo problema das informações que foram dadas na excursão. Não dá pra determinar qual está correta. A partir daí, o trabalho do pesquisador é desenhar um método que consiga testar as hipóteses e descobrir qual tem mais evidência para sustentá-la. E aqui vai uma regra importante: é quase impossível provar que uma coisa é certa e outra é errada. A maior parte do trabalho acadêmico, em especial o trabalho científico, é descobrir o que é mais provável. Segue meu vídeo preferido sobre o assunto:






Para os que estão achando que eu me embriaguei e estou desviando completamente do assunto, se enganam. Por muito tempo se acreditou que eram os deuses que convertiam o suco de uva em vinho. Um dia um cientista resolveu investigar o que estava acontecendo e, com a ajuda de um microscópio viu que a levedura transformava o açucar da uva em álcool.  E depois dessa descoberta, ficou mais fácil tentar manipular o processo para produzir vinhos de melhor qualidade - adicionando mais açucar ou controlando a ação da levedura. Antes disso, sua única opção era acender umas velas. Ou seja, graças à ciência não estamos mais à mercê de deuses geniosos...

Mas voltando às vinícolas: as informações sobre os tonéis de carvalho (em contraste com as roseiras) foram bastante coerentes. Eles custam muito caro (cerca de 3.000 dólares cada), duram de 3 a 5 anos e depois seguem para destinos incertos. Ele vêm de todas as partes do mundo -- especialmente europa -- e contribuem para uma porção significativa do gosto do vinho. Fiquei pensando se o pessoal que construiu a fonte acabou economizando nos tonéis. Isso explicaria porque o vinho deles era tão ruim...



Além do vinho e das explicações sobre o processo de produção do vinho, o tour também teve lojinhas com produtos interessantes, como esse segurador de copo, caso você precise deixar suas mãos livres para alguma outra tarefa...


E cartões inspirados por temas relacionados a vinho, como este cartão boêmio:


A excursão também incluiu visitas a prédios históricos, como este, da época das missões espanholas. Os missionários católicos da ordem franciscana vieram para a costa do Pacífico apoiados pelo governo espanhol para colonizar a região e converter os nativos ao cristianismo. Por isso que tantas cidades aqui tem nomes em espanhol... Esse é o prédio da última missão.




E a excursão terminou com uma bela vista da cidade de San Francisco, com a outra ponte que atravessa a baía, que eu esqueci o nome.



Ou seja, no fim das contas, valeu a pena ir na excursão. Ao invés de passar o dia carregando minha mala e procurando algo pra fazer, passei o dia bebendo vinho e tendo minha curiosidade instigada pelos guias locais. Além disso, aprendi mais um pouco sobre a história da região e sobre o processo de produção de vinhos. Sabia que dá pra fazer vinho branco com uva vermelha? Pois é. Se quiser saber como, procure no google. Quem sabe você dá sorte e acha a resposta certa. 


 

Pernas pra que te quero (3): pedalando em San Francisco

 (Aviso aos navegantes: esse é a continuação do meu relato da minha viagem no início de junho. Eu estou atualmente andando de bicicleta, mas em Toronto.) 





Depois de caminhar e correr em San Francisco, meu terceiro dia foi dedicado a um passeio de bicicleta que começou na Golden Gate Bridge.




Muitos turistas fazem o percurso, que é super bem sinalizado, com paradas estratégicas para fotos.




Além da paisagem, o trajeto também teve algumas surpresas. Uma deles foi esse batalhão da polícia, atravessando a ponte.



E quando eu achava que tinha acabado a longa fila de policiais, lá vinha mais um grupo.


A segunda surpresa foram aviões de fumaça escrevendo mensagens sobre a ponte. Eu nem tinha notado que eles estavam lá, mas quando todos os pedestres pararam pra olhar pra cima, parei pra olhar também.


Não me perguntem o que está escrito, mas confesso que antes deles colocar o terceiro M, achei que era uma homenagem a mim (MMP...)


A terceira surpresa é que há vida do outro lado da ponte. Depois de atravessar a ponte, é só continuar descendo pela sinuosa estrada (veja a placa anunciando a curva), pra chegar na simpática cidade de Salsalito.
 


E a quantidade de turistas chegando lá de bicicleta é tão grande que eles tem placas indicando onde é o estacionamento de bicicletas...



Depois de pedalar tanto, nada como um bom almoço com um bom vinho pra relaxar à beira da baía.

Depois do almoço, fui tentar comprar uma lembrança nessa simpática cidadezinha, mas confirmando o esteriótipo de californianos de bem com a vida, encontrei a loja fechada para almoço...


Ao menos a sorveteria estava aberta, com um título que talvez tenha saído do vídeo do YouTube com o mesmo nome.


E uma nota curiosa, sobre a sorveteria: se você for um soldado na ativa, você ganha sorvete de graça! Obviamente você precisa sobreviver às balas e bombas que vão atirar na sua direção antes...

E para os turistas se sentirem prestigiados, o potinho tem bandeiras do mundo todo, incluindo do Brasil (que não saiu na foto, infelizmente)


Vinte minutos depois, voltei na loja e nada de vendedores. Como bons californianos, eles estavam perdidos em algum lugar comendo calmamente o almoço deles. Me restou tirar uma foto da camiseta que eu ia comprar.

E o melhor da história é que os ciclistas podem voltar de barco, ao invés de subir a longa e tenebrosa subida de volta pra ponte. Como vocês podem ver pela fila de ciclistas, são poucas as pessoas que se aventuram a voltar pedalando.




E o passeio de barco também teve suas surpresas. Uma foi passar bem pertinho de Alcatraz.



A outra foi uma vista bem bonita da cidade. 


E a terceira foram os leões marinhos no porto. Por algum razão inexplicável eles se instalaram ali e moram por lá há anos. 


Em resumo: esse passeio vale muito a pena. Recomendo pra qualquer pessoa que tenha um dia livre em San Francisco.

terça-feira, 12 de julho de 2011

O segredo dos italianos

Estou em um processo de desintoxicação. Depois de quase dez dias comendo massa, sorvete e pizza, eu estava desesperadamente esperando pela volta da minha rotina e, principalmente, da minha dieta. Depois de engordar uns três quilos, eu estou feliz em voltar a comer massa uma vez por semana. Pizza? Somente em ocasiões especiais. Sorvete? De quando em nunca. E estou muito bem, obrigada!

A pergunta que ficou, todavia, é como os italianos fazem isso. Como eles mantém essa dieta e são magros, esbeltos, e elegantes? Eu não tirei fotos, mas acreditem em mim. Um país que vive da dieta na qual eu estava vivendo nesses dez dias deveria ter problemas sérios de obesidade mórbida, como os Estados Unidos. Mas não vi ninguém com obesidade mórbida. Há, sim, uma barriguinhas aqui e acolá. Mas a maioria das pessoas são belas a esguias e eu fiquei me perguntando qual o segredo deles.


Depois de consultar alguns entedidos sobre o assunto, descobri que há pelo menos três hipóteses:

(1) J. acha que o segredo deles é o cigarro e a bicicleta. Sim, eles fumam. Em todos os lugares. Especialmente quando estão andando de bicicleta. A hipótese de J., portanto, é que o cigarro controla o aumento de peso e eles ainda complementam isso com um exerciciozinho de quebra. Os mais esforçados fazem ambos ao mesmo tempo, pra garantir que não vão engordar de jeito nenhum.

(2) Jaja, em contraste, acha que é auto-controle combinado com uma cultura saudável. Argumenta ela que as porções são pequenas. Não se come um prato gigantesco de spaghetti, mas um prato pequeno. O sorvete vem em um potinho que seria considerado amostra grátis para degustação na América do Norte. O argumento dela, portanto, é que esse pessoal sabe o que está fazendo, ou seja, eles sabem "apreciar com moderação".


(3) Gladwell, um dos meus escritores favoritos, em contrapartida, tem outra tese. No primeiro capítulo do seu livro, Outliers, ele descreve um grupo de cientistas que investigavam os hábitos de uma comunidade de imigrantes italianos que havia mudado para a América do Norte. Apesar da dieta absolutamente insalubre, não se observavam os índices de mortalidade, doenças coronárias, e todo tipo de seqüela que se poderia esperar daquele tipo de alimentação. Os cientistas eliminaram a hipótese de alguma mutação genética (e eliminaram outras hipóteses também) e chegaram à conclusão de que a vida em comunidade era o segredo dos italianos. Essa coisa de um passar na casa do outro, todo mundo conhecer todo mundo, a comunidade ser pequena e funcionar quase como uma família deixava -- por alguma razão que eles não conseguem explicar -- todo mundo saudável. Ou seja, para Gladwell, não se trata nem das malícias e truques, nem das proezas admiráveis da raça humana. Ao contrário, esse caso de sucesso (como todos os outros que ele analisa no livro) é um conjunto de acidentes, circunstâncias e de acaso, ou seja, coisas que estão completamente fora do controle daqueles que são considerados "bem sucedidos". 

Escolha sua hipótese preferida. J. tem como vantagem o fato de ser decendente de italianos. Jaja, por outro lado, tem a seu favor o fato de ter vivido durante quase 10 anos na Itália. Gladwell, por sua vez, pode argumentar que ele mesmo fez uma pesquisa sobre o assunto, sem contar toda a pesquisa dos acadêmicos que inspiraram o caso que foi parar no livro dele.

Eu, pessoalmente, decidi não testar nenhuma das hipóteses em mim mesma e estou ficando longe de massas, pizzas e sorvetes por alguns meses....

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Bolzano vs. Bologna

Minha viagem a Itália começou em Bolzano, quase na fronteira com a Áustria, passou por Bologna e outras cidades menores, e terminou em Bolzano. E mesmo depois de experimentar o que supostamente há de mais atraente na Itália,  continuo apaixonada por essa cidade (vide post anterior).

Considerando que os leitores assíduos do meu blog são, basicamente, membros da minha família, vou tentar convencê-los de que deveríamos tornar Bolzano nosso local permanente de férias. 

Comecemos pela minha mãe, que atualmente é quem mais resiste a sair de casa. Bolzano tem ruas charmosas, fechadas ao trânsito, com lojas do mundo todo para uma tarde inesquecível de compras. E como toda tarde de compras, há que se ter um intervalo para descansar as pernas e observar os transeuntes. Para isso há cafés em todas as esquinas, onde se pode sentar para tomar um espresso servido com um biscoitinho delicioso, ou um veneziano, que é um drink leve com prosecco, licor de laranja e suco. 

Bologna tem as mesma lojas, mas sem as ruas charmosas fechadas ao trânsito, e sem cafés por perto. Ou seja, anda-se muito mais em Bologna pra conseguir tudo o que se consegue em Bolzano em algumas poucas quadras.

E para as mulheres da família que estiverem interessadas nos produtos locais, Bolzano tem duas indústrias de destaque. Uma é a de produtos de couro, com jaquetas e bolsas estilosas e duradouras (afinal estamos na Itália, mas a maioria da população aqui é descendente de austríacos). A outra é uma indústria de artesanato que produz várias figuras lindas, mas que é especialmente famosa pelos anjinhos. 

Bologna, em contraste, não parece ter uma indústria local (a nāo ser a de comida). Portanto, você acaba ficando com a opçāo de comprar uma bolsa da Victor Hugo ou um óculos da Giorgio Armani que você podia muito bem ter comprado no Brasil. 

Já meu pai, ia ficar fascinado com a preocupação ecológica na cidade. Bolzano não apenas mantém a maior parte da sua produção agropecuária orgânica (até a manteiga no café da manhã era orgânica!), mas também desenvolveu uma cultura em que todos andam de bicicleta. Sim, há poucos carros na cidade e os ônibus parecem uma van da casa de repouso, pois são basicamente utilizados por pessoas de idade que não se aventuram mais nas bicicletas. 

Nāo vou nem comentar o sistema de coleta de lixo em Bologna e devo dizer que apesar das Vespas serem muito charmosas, elas nāo sāo tāo boas para o meio ambiente e para sua saúde quanto as bicicletas.

Voltando pra Bolzano, minha irmã ia ficar fascinada com a arquitetura do lugar. Além de casas históricas e castelos na montanha, Bolzano tem prédios super novos e modernos, como o museu e a universidade. As duas pontes na entrada do museu sāo  uma obra impressionante e uma das mais criativas que eu já vi. A cidade também desenvolveu uma elaborada engenharia para tornar todos os prédios eficientes (ou seja, reduz o consumo de energia dos mesmos, aproveitando a luz solar para aquecer o que tem que ser aquecido e a circulação natural de ar para resfriar o que tem que ser resfriado). Além disso, a cidade produz uma janela interessantíssima, que quando fechada isola o ambiente de ruído e da temperatura externa, e que pode ser aberta de dois modos distintos, dependendo de como se quiser fazer circular o ar dentro do ambiente. Uma verdadeira obra de engenharia e design!

Bologna em contraste tem o que o meu guia chamou de uma salada de estilos, com camadas e mais camadas de construções em um mesmo prédio. A confusāo é curiosa, mas está longe de ser agradável aos olhos. Além disso, Bologna tem duas torres tortas, nos melhor estilo da Torre de Pizza. Mas confesso que entre torres tortas que nāo pareciam servir pra muita coisa e os prédios ecológicos, eu fico om os prédios.

E para toda a família, que aprecia um bom vinho, a regiāo tem várias vinícolas. E a maioria produz um vinho tinto delicioso de uma uva chamada Lagrein. O melhor que eu tomei, sem dúvida, foi o produzido no castelo Flavon, que além de servir esse vinho inesquecível tem um restaurante de primeira chamado Haselburg. E antes que todos saiam desesperados por aí em busca do tal vinho de Haselburg, aviso que ele é apenas vendido no castelo. Ou seja, vocês precisam vir até aqui experimentar...

Para os interessados em boa comida, como eu, a cidade oferece uma mistura interessante de restaurantes italianos e alemāes, de maneira que se pode alternar o tipo de comida. Acreditem, depois de passar quatro dias viajando por Bologna e arredores eu dou qualquer coisa por um chucrute! Além disso, o café da manhã do Hotel Cittá é de longe o melhor que eu já comi. Tem frutas frescas com iogurte natural (orgânico), cinco tipos de mel da regiāo, dez tipos de queijos e frios, acompanhados da maior variedade possível de pāes. E se você ainda nāo estiver satisfeito, você pode se servir de todos os tipos de doces em compota, servidos com queijo branco e, por fim, você pode escolher entre apfelstrudel ou cheesecake. Isso sem falar nas bebidas, que incluem suco de fruta natural e cappucino de verdade (feito com café espresso).

E para os atletas da família, a regiāo tem ski resorts no inverno e rotas de ciclismo no verāo. Cheguei até a encontrar um grupo de ciclistas profissionais do Brasil que tinham ido até Bolzano pra tirar férias fazendo o que eles mais gostam com a belíssima imagem das montanhas ao fundo.  Para os esportistas menos profissionais, como eu, a cidade tem uma adorável trilhas, às margens do rio, que é o lugar perfeito para meia hora de jogging pra queimar as calorias do café da manhã ou da cerveja produzida segundo a tradiçāo da Bavária, sem conservantes e sem ser pteurizada (e que, por causa disso, nāo pode ser exportada....). E para o menos inclinados e se exaurir, dá para apreciar tanto os rios quanto as montanhas tomando um drink em um café. 

Nāo se pode fazer nada disso em Bologna...

Enfim, proponho que Bolzano se torne o local oficial de férias da família. Que tal uma vaquinha pra comprar um castelo por aqui?

sábado, 2 de julho de 2011

Achei o paraíso!

Não, não estou no Rio. Estou na Itália de novo. Sim, a mesma Itália com a qual tive tantos problemas no ano passado. Mas dessa vez está sendo diferente. Parte da diferença sou eu, que mudei um pouco minhas crenças (vide post anterior). Mas a outra parte da diferença veio do lugar. Ao invés de ir para a Sicília, agora estou no norte da Itália, em uma cidade chamada Bolzano (não sei o nome em português...).

(Tentei colocar uma foto, mas não saiu, pois estou usando o blackberry pra escrever esse post...)

Bolzano era território austríaco até o fim de primeira guerra mundial, quando passou a ser parte da Itália. As coisas não mudaram muito por aqui até a segunda guerra, quando o louco do Mussolini começou a incentivar a imigração italiana. Resultado? Uma cidade com tudo de melhor da Itália e da Áustria.

As pessoas aqui aproveitam a vida, tomando drinks em piazzas e cafés, comendo comida italiana de primeira. Ao mesmo tempo, tudo funciona impecavelmente, desde o serviço de transporte publico até o serviços de informação ao turista do governo. E a melhor parte são as sobremesas austríacas: chocolate e apfelstrudel!

Com água na boca? Pois eu ainda não terminei: no meu último dia em San Francisco fiz um tour em Napa Vale, mas descobri aqui que o vinho da Califórnia recebe mais atenção do que devia. Ontem bebi um dos melhores vinhos da minha vida em uma vinícola que fica em um castelo!

Sim, Bolzano deixou o Napa Valle no chinelo!

Eu ainda estou tentando descobrir porque essa cidade não esta em todos os guias turísticos. Minha hipótese: acho que quem conhece não compartilha, pra preservar a cidade como esta, ao invés de virar um grande centro turístico como outras cidades italianas.

A caminho de Bologna amanhã. Aguardem!
Sent from my BlackBerry device on the Rogers Wireless Network