quinta-feira, 26 de julho de 2012

Turismo Devidamente Cafeinado

Enquanto eu estava no Havaí, pensei em escrever um post sobre esses americanos que saem de férias pra comer a mesma comida, tomar o mesmo café e comprar o mesmo tipo de roupa que eles comprariam se estivessem em casa. Qual o ponto da viagem se você não quer experimentar coisas novas? 

A idéia do post surgiu quando vi a fila para comprar café no Starbucks. Estava lá no primeiro dia e ali persistia, todas as manhãs. E era bastante inclusiva: todas as raças, idades e gêneros dividiam o espaço para conseguir comer e beber o que comiam e bebiam todos os dias em Boston, São Francisco, Texas ou Chicago. 

Eu, tentando provar minha superioridade turística, passei direto sem nem olhar para o Starbucks e entrei em um café local. Virei frequentadora assídua do lugar, que vendia café com grãos produzidos na ilha. E era tão bom quanto o Starbucks. Além de ter uma decoração muito mais interessante, como o quadro abaixo:

  
Mas minha capacidade de evitar o Starbucks não durou muito. Depois de cinco dias no Havaí, peguei um vôo para a Cidade do México. Lá, encontrei um dos piores cafés da minha vida. Era de graça, pago pelos organizadores da conferência. Ainda assim, era tão intragável que eu me vi obrigada e sair do hotel em busca de algo melhor. Juro que eu tentei tomar café nos estabelecimentos locais, sem sucesso. Não demorou muito e lá estava eu, entrando no Starbucks...

Resolvi tentar salvar minha reputação de turista não-americana aqui em Colorado. O hotel tem um Starbucks fácil e rápido, mas eu fiz questão de ir até o vilarejo no pé da montanha em busca de um café local. Achei um lugar ótimo, chamado Kind Coffee, com excelente música e um dos melhores cafés que tomei na vida. De novo, virei frequentadora assídua do local (que era um ótimo lugar para fazer minhas leituras também).

Mas ontem eu descobri que há custos para frequentar o café local. Enquanto eu saboreava meu café e fazia minhas leituras, entraram dois caubóis de verdade, aqueles com chapéu de caubóis, botas com esporas e calças jeans super justas. Se você pensar na cena, você imagina caubóis bonitos, limpinhos e cheirosos que entram e encantam todas as meninas do local, certo? Pois é. O problema é que a realidade nunca é tão bonita quanto a imaginação. Os caubóis de verdade tem camisas que fedem a suor, tem as calças suja de lama, e -- pra completar -- tem botas que passaram o dia inteiro imersas em cocô de cavalo (ou do que quer que seja). Não tem calça justa ou rostinho de top model que compense tanta matéria orgânica. E quando eles sentaram na mesa do meu lado, o cheiro de bosta era tão forte que eu não conseguia me concentrar. Fui obrigada a sair do Kind Coffee e me juntar aos turistas no Starbucks... 

Conclusão: durante as viagens eu tento experimentar coisas novas, mas minha vontade de apreciar a cultura local tem limites. Café ruim ou café bom com bosta de cavalo não dá!

domingo, 22 de julho de 2012

Altitude, Animais e Outras Aventuras de Verão




Nesse verão (no hemisfério norte), tenho andado nas alturas. Primeiro fui para a cidade do México, que fica a 2.200 metros do nível do mar, e agora estou no Parque Estes, em Colorado, que tem a mesma altitude. O lugar mais alto que eu visitei antes disso foi o Vale Sagrado dos Incas, no Peru, em 2002 (ou 2003, talvez). 

Naquela época eu não corria durante as viagens e a altitude não me afetou muito. Quando fui tentar correr na Cidade do México, todavia, entendi porque todo mundo ficava preocupado com nossa seleção jogando uma partida de futebol no Peru. Correr em lugares altos é super difícil. É como se você tivesse ganhado 20 kilos e estivesse sem fazer exercício há anos.

Para evitar ter a mesma sensação e para prevenir qualquer outro problema, resolvi procurar dicas de corredores amadores na internet. E aproveitei para buscar recomendações de locais apropriados para corridas perto do meu hotel. 

Para minha surpresa, descobri que a altitude era o menor dos meus problemas. O verdadeiro risco de correr ao ar livre aqui em Colorado são os alces. No site que eu achei as pessoas alertavam para o risco de um alce te perseguir e até te matar, se você não fosse cuidadoso. 

Imagina a cena:  Mariana saindo para correr livre leve e solta pelo parque e, de repente:




Ainda assim eu decidi ir. Afinal, todas as pessoas que colocaram avisos no website  tinham sobrevivido... Mas confesso que tive que pensar duas vezes quando vi esse sinal na entrada do parque: 

(Cuidado: Presença de Alces Agressivos)



Por que eu prossegui na corrida? Porque eu achei -- assim como todo mundo que acaba morto ou ferido -- que não ia acontecer nada comigo... "Famous last words", como eles dizem em inglês!

Confesso que o início da corrida foi bastante agradável e, para minha surpresa, a interação com os animais foi super amigável. Primeiro veio o Tico e o Teco, os personagens do desenho animado, ao vivo e a cores: 





 

  Depois eu vi um castor, que não era tão simpático como o Tico e o Teco, talvez porque ele já tinha achado comida e não estava esperando que eu arranjasse um lanchinho pra ele. 
 

E note que o rabo do castor não estava visível, o que me fez pensar se um alce não tinha comido "beaver tail" no lanche naquela tarde.   

Mas a surpresa veio mesmo no final, quando eu fui atacada por um Ganso Canadense. O ganso espalhou seu grupo pela pista de corrida e caminhada, e achou que o fato de que eu estava correndo por ali estava violando o direito dele de descansar no meio da pista. Eu, obviamente, não tive tempo de tirar uma foto e muito menos filmar o infeliz. Para quem não sabe o que é um ganso canadense, aqui está: 
 

Enfim, estou sã e salva, mas é no mínimo irônico que eu saia do Canadá só para ser atacada por um ganso canadense em Colorado... Definitivamente vou deixar minha contribuição no website dos corredores: só porque você não está no Canadá, não pense que está protegido dos gansos canadenses!

domingo, 8 de julho de 2012

A Vida dos Outros

Já que não estou tendo muito tempo de escrever sobre minha vida (vendendo móveis, encaixotando as caixas para mudança para os EUA, terminando os papers, e às voltas com as infindáveis despedidas de amigos...), recomendo que acompanhem outros dois blogs (além do blog da Dr. T).

O primeiro é uma nutricionista e sua irmã recuperando receitas tradicionais da cozinha brasileira. De dar água na boca! 

O segundo é de uma amiga que está se preparando para se despedir da sua cachorra, que completou 15 anos esse ano. Ainda está no começo, mas garanto que o blog vai ter ótimas histórias, pois a Sugar, como o nome indica, é uma simpatia. 

E não esqueçam o blog da Dr. T, que eu já recomendei antes (e que certamente deveria ter incluído "movers", pessoas que fazem mudança, na lista do post dessa semana). 

Divirtam-se com Maíra, Kate and Theresa. Volto já! 

PS - e quem não pescou a referência no título, assistam o filme. Imperdível!