Nesse verão (no hemisfério norte), tenho andado nas alturas. Primeiro fui para a cidade do México, que fica a 2.200 metros do nível do mar, e agora estou no Parque Estes, em Colorado, que tem a mesma altitude. O lugar mais alto que eu visitei antes disso foi o Vale Sagrado dos Incas, no Peru, em 2002 (ou 2003, talvez).
Naquela época eu não corria durante as viagens e a altitude não me afetou muito. Quando fui tentar correr na Cidade do México, todavia, entendi porque todo mundo ficava preocupado com nossa seleção jogando uma partida de futebol no Peru. Correr em lugares altos é super difícil. É como se você tivesse ganhado 20 kilos e estivesse sem fazer exercício há anos.
Para evitar ter a mesma sensação e para prevenir qualquer outro problema, resolvi procurar dicas de corredores amadores na internet. E aproveitei para buscar recomendações de locais apropriados para corridas perto do meu hotel.
Para minha surpresa, descobri que a altitude era o menor dos meus problemas. O verdadeiro risco de correr ao ar livre aqui em Colorado são os alces. No site que eu achei as pessoas alertavam para o risco de um alce te perseguir e até te matar, se você não fosse cuidadoso.
Imagina a cena: Mariana saindo para correr livre leve e solta pelo parque e, de repente:
Ainda assim eu decidi ir. Afinal, todas as pessoas que colocaram avisos no website tinham sobrevivido... Mas confesso que tive que pensar duas vezes quando vi esse sinal na entrada do parque:
(Cuidado: Presença de Alces Agressivos)
Por que eu prossegui na corrida? Porque eu achei -- assim como todo mundo que acaba morto ou ferido -- que não ia acontecer nada comigo... "Famous last words", como eles dizem em inglês!
Confesso que o início da corrida foi bastante agradável e, para minha surpresa, a interação com os animais foi super amigável. Primeiro veio o Tico e o Teco, os personagens do desenho animado, ao vivo e a cores:
E note que o rabo do castor não estava visível, o que me fez pensar se um alce não tinha comido "beaver tail" no lanche naquela tarde.
Mas a surpresa veio mesmo no final, quando eu fui atacada por um Ganso Canadense. O ganso espalhou seu grupo pela pista de corrida e caminhada, e achou que o fato de que eu estava correndo por ali estava violando o direito dele de descansar no meio da pista. Eu, obviamente, não tive tempo de tirar uma foto e muito menos filmar o infeliz. Para quem não sabe o que é um ganso canadense, aqui está:
Enfim, estou sã e salva, mas é no mínimo irônico que eu saia do Canadá só para ser atacada por um ganso canadense em Colorado... Definitivamente vou deixar minha contribuição no website dos corredores: só porque você não está no Canadá, não pense que está protegido dos gansos canadenses!
Um comentário:
O mar não está pra peixe, e mesmo mamíferos grandes como você, em terra firme que seja, têm o que temer - eu, por exemplo, nunca que poria o dedo na boca daquele roedor, embora simpático: tenho medo da raiva ou sabe lá que vírus silvestre uma mordida pudesse inocular. Tenho medo do alce e do ganso também, mas menos. A Natureza por todo o lado é má, menos no Brasil, onde é só mal intencionada e pouco capaz. E sabia você que a União gasta com vigilância ostensiva (empresas privadas contratadas para esse fim) mais do que o dobro do orçamento do ministério da saúde? É ou não é de amargar? http://contasabertas.com.br/WebSite/Noticias/DetalheNoticias.aspx?Id=959&AspxAutoDetectCookieSupport=1
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