domingo, 6 de abril de 2014

Esteriótipos (II): Os Noruegueses


Logo antes de eu embarcar para Oslo, na Noruega, saiu um longo artigo no The Guardian, questionando a idéia de que os países nórdicos são uma sociedade perfeita (leia aqui).  O artigo é baseado em um livro, intitulado The Almost Nearly Perfect People.

Sobre os Noruegueses, o autor do livro apontava  para o fortalecimento da extra direita no país, além do fato de que o país promovia o uso de recursos renováveis com o dinheiro do petróleo que vende para o resto do mundo. Ou seja, um bando de hipócritas conservadores esse noruegueses.

No dia anterior ao meu vôo, o The Guardian publica a resposta ao artigo (leia aqui). A resposta do norueguês é chata e pouco interessante (e talvez a razão seja porque o sujeito é um professor universitário). Ele basicamente fala que a sociedade sociedade civil tem ativamente se manifestado contra essa tendência direitista, em especial contra o novo governo. O professor acusa o autor do livro que ignorar estudos sobre o assunto.
A resposta? Meu livro não é um estudo acadêmico, mas sim uma coletânea de impressões de um viajante. 

O sujeito da finlândia decide então compartilhar suas impressões de viajante: somos uma sociedade em que bons alunos viram médicos, enquanto na Inglaterra, de acordo com as pessoas com quem conversei, vocês ainda estão mais preocupados em saber de qual família vêm os alunos do que olhar para as notas que eles conseguiram. Além disso, diz o finlandês, quando saí para um pub numa sexta-feira a noite em Londres, achei que nossas bebeiras não são muito diferentes das inglesas. 

O autor do livro se defende falando que usou as estatísticas da OCDE e do FMI. O sujeito da Dinamarca então responde: quer olhar para estatísticas? Então considere que nós somos um dos mais educados, menos corruptos e mais produtivos países do mundo. Além disso, somos os mais felizes, o que mostra que os anti-depressivos que estamos tomando de fato funcionam!

Durante a minha visita, eu achei que os esteriótipos são verdadeiros. A Noruega é uma sociedade muito igualitária e civilizada. Mas a versão ao vivo e a cores é melhor que a versão que eu tinha imaginado. Eles são bastante simples, quase rudimentares, como não podia deixar de ser, com o passado Viking. 

Daí você vê aquela decoração que lembra a IKEA, mas é ainda mais sofisticada, e você pensa: há muita beleza nessa simplicidade.  E isso também vêm desde da época Viking: os barcos que eles construíam não eram apenas funcionais e duradouros, mas eram verdadeiras obras-primas.

Mas não se engane: apesar da sofisticação, há muito do esteriotípico Viking no sangue deles. Por exemplo, o país inteiro é viciado em livros, filmes e séries de TV sobre assassinatos, crime e sangue. 

E além de sublimar o lado Viking com ficção, eles também se rebeldiam de verdade. O governo criou um monopólio estatal para controlar a venda e consumo de bebidas alcóolicas. Resultado: a maioria das pessoas produz bebida alcóolica em casa, a partir da fermentação da batata. E eles, com suas roupas e hábitos pouco sofisticados, sentados em uma sala com uma das decorações masi sofisticadas do mundo, falam que fazem isso com o maior orgulho. 

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi Mariana, quando vier para o Brasil, precisamos abrir um bom vinho e você nos conta os detalhes das viagens.
Seu tio.
A.