Descobri que há muita coisa em comum entre acadêmicos e músicos. Ambos ficam muito tempo trancados em um escritório ou um estúdio, isolados do mundo, tentando criar alguma coisa nova. Quando conseguem produzir algo, seja um artigo, seja uma nova canção, saem para o mundo para apresentar seu trabalho. Os acadêmicos viajam para conferências, que não são muito diferentes de um tour de uma banda de rock com shows em diferentes cidades para apresentar o novo CD ao público.
Nesse processo de viajar o mundo para mostrar seu trabalho, ambos recebem críticas e sugestões. Alguns CDs são duramente criticados pela mídia, e outros vão para o topo das paradas e passar a tocar em todas as rádios. O mesmo acontece com os artigos: alguns são destruídos por outros acadêmicos, enquanto outros passam a se tornar a principal referência sobre o assunto e viram nota de rodapé obrigatória em toda pesquisa que trate do tema. Ou seja, artigos acadêmicos também podem virar hits, ou não...
E o mais interessante é que a percepção do público leigo sobre o trabalho dos acadêmicos e dos músicos parece ser a mesma: "that ain´t working". Em ambos os casos, as pessoas têm a impressão que essa coisa de não ter horário pra trabalhar, não ter chefe, não ter que bater ponto, e poder acordar tarde todos os dias significa que acadêmicos e músicos não têm um emprego de verdade. Quem acha isso, não sabe o trabalho que dá tentar criar um hit. Quando você vira um pop star, a vida deve ficar boa. Porém, até chegar lá, é preciso ralar muito. Mas, segundo o Dire Straits, todo esse esforço vale a pena, pois tanto conseguir ter um clip na MTV quando ganhar o prêmio nobel podem ser descritos da mesma forma: "money for nothing and chicks for free".
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