sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Diários de uma diabética -parte 3

Como todos sabem, sou fã do Dr. Jenkins, o cara que criou o Índice Glicêmico. Apesar da minha frustração com a reunião com as potenciais cobaias para o futuro estudo dele, continuo a ser fã da pesquisa que ele faz. Mas hoje me deparei com uma nova pesquisa, que pode talvez sugerir que todos os estudos do Dr. Jenkins são, na verdade, pouco relevantes. Antes de  explicar do que trata essa nova pesquisa, deixa eu explicar um pouco o que o Dr. Jenkins está pesquisando.


Antes da reunião degringolar, o Dr. Jenkins explicou que o estudo mais recente dele está tentando comparar os benefícios de uma dieta de baixo índice glicêmico com uma dieta normal (que inclui comidas com alto índice glicêmico, como arroz, batata e pão) rica em fibras. Ele está fazendo esse estudo porque ele quer buscar algum tipo de explicação para a epidemia de diabetes que assola o mundo, especialmente os países desenvolvidos como EUA e Canadá. Apesar dos benefícios comprovados da dieta de baixo índice glicêmico, o argumento dele é que os índices de diabetes têm aumentando vertiginosamente ao longo dos anos. O que poderia explicar isso? As pessoas não seguiam uma dieta de baixo índice glicêmico antes, portanto essa claramente não é a razão. É claro que hoje as pessoas comem mais comida industrializada (que tem mais açúcar do que comida fresca) e se exercitam menos. Mas ele quer descobrir se tem algum outro elemento da nossa dieta que também está contribuindo para essa epidemia. Por isso ele está tentando investigar se uma dieta rica em fibras era um dos fatores que reduzia os níveis de diabetes antigamente.  


Todavia, uma nova pesquisa sugere que obesidade e diabetes parecem estar mais relacionadas com a exposição à luz, do que com o que e o quanto se come. Ou seja, o fato de que criamos a luz elétrica, e da mesma estar cada vai mais disponível, mais potente e mais barata está contribuindo para que nossa sociedade fique mais gorda e mais doente. A pesquisa ainda não foi testada em humanos, mas os resultados com ratos são impressionantes. Ratos que foram obrigados a comer durante o dia (quando o relógio biológico deles demanda refeições durante a noite) engordaram e desenvolveram resistência à glicose, apesar dos dois grupos de ratos (um que comia durante a noite e outro durante o dia) estarem comendo a mesma coisa, na mesma quantidade. Portanto, talvez o Dr. Jenkins esteja procurando uma resposta para o mistério da epidemia de diabetes no lugar errado. 


Caso provem que esse novo estudo se aplica também a seres humanos, os médicos continuarão recomendando aos gordinhos e diabéticos para não assaltar a geladeira a noite. Todavia, a justificativa mudaria completamente: o problema não é a geladeira, mas a noite... 

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