Enquanto eu estava no Havaí, pensei em escrever um post sobre esses americanos que saem de férias pra comer a mesma comida, tomar o mesmo café e comprar o mesmo tipo de roupa que eles comprariam se estivessem em casa. Qual o ponto da viagem se você não quer experimentar coisas novas?
A idéia do post surgiu quando vi a fila para comprar café no Starbucks. Estava lá no primeiro dia e ali persistia, todas as manhãs. E era bastante inclusiva: todas as raças, idades e gêneros dividiam o espaço para conseguir comer e beber o que comiam e bebiam todos os dias em Boston, São Francisco, Texas ou Chicago.
Eu, tentando provar minha superioridade turística, passei direto sem nem olhar para o Starbucks e entrei em um café local. Virei frequentadora assídua do lugar, que vendia café com grãos produzidos na ilha. E era tão bom quanto o Starbucks. Além de ter uma decoração muito mais interessante, como o quadro abaixo:
Mas minha capacidade de evitar o Starbucks não durou muito. Depois de cinco dias no Havaí, peguei um vôo para a Cidade do México. Lá, encontrei um dos piores cafés da minha vida. Era de graça, pago pelos organizadores da conferência. Ainda assim, era tão intragável que eu me vi obrigada e sair do hotel em busca de algo melhor. Juro que eu tentei tomar café nos estabelecimentos locais, sem sucesso. Não demorou muito e lá estava eu, entrando no Starbucks...
Resolvi tentar salvar minha reputação de turista não-americana aqui em Colorado. O hotel tem um Starbucks fácil e rápido, mas eu fiz questão de ir até o vilarejo no pé da montanha em busca de um café local. Achei um lugar ótimo, chamado Kind Coffee, com excelente música e um dos melhores cafés que tomei na vida. De novo, virei frequentadora assídua do local (que era um ótimo lugar para fazer minhas leituras também).
Mas ontem eu descobri que há custos para frequentar o café local. Enquanto eu saboreava meu café e fazia minhas leituras, entraram dois caubóis de verdade, aqueles com chapéu de caubóis, botas com esporas e calças jeans super justas. Se você pensar na cena, você imagina caubóis bonitos, limpinhos e cheirosos que entram e encantam todas as meninas do local, certo? Pois é. O problema é que a realidade nunca é tão bonita quanto a imaginação. Os caubóis de verdade tem camisas que fedem a suor, tem as calças suja de lama, e -- pra completar -- tem botas que passaram o dia inteiro imersas em cocô de cavalo (ou do que quer que seja). Não tem calça justa ou rostinho de top model que compense tanta matéria orgânica. E quando eles sentaram na mesa do meu lado, o cheiro de bosta era tão forte que eu não conseguia me concentrar. Fui obrigada a sair do Kind Coffee e me juntar aos turistas no Starbucks...
Conclusão: durante as viagens eu tento experimentar coisas novas, mas minha vontade de apreciar a cultura local tem limites. Café ruim ou café bom com bosta de cavalo não dá!
Um comentário:
Ah, ah, ah.....imaginando a cena e sentindo o cheiro !!!
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