Na sexta-feira fui assistir o Mistério da Estrada de Sintra, um filme português sobre um livro do Eça de Queiroz.
Numa parte pouco interessante do filme, comecei a divagar sobre a vida na época em não havia telefone ou carros. Pensei que as pessoas escreviam muito. Mandava-se cartas, bilhetes, convites por escrito. De repente, eu percebi que estamos, graças à toda nossa avançada tecnologia, voltando àquela época. Convites hoje chegam por email. As pessoas escrevem sobre suas vidas na internet (como eu!). Os softwares de mensagens instantâneas são como aqueles bilhetes de antigamente, em que alguém mandava um mensageiro que, além de entregar a mensagem, ficava aguardando a resposta ali mesmo para trazê-la de volta ao remetente.
Me perdi tentando lembrar das aulas do segundo grau, onde aprendíamos os debates entre autores que pensavam que a história da humanidade marca uma progressão de fases, enquanto outros argumentavam que era um processo circular. Será que era Hegel que dizia isso? Não tive certeza dos nomes dos autores, mas uma coisa é certa: ao menos na importância da escrita nas nossas vidas, parece que estamos de volta onde começamos. Portanto, podemos dar razão àqueles que acreditam que a história é circular, sejam eles quem forem.
E depois de pensar tudo isso, estava eu de novo prestando atenção no filme, que tinha voltado a ficar interessante...
Um comentário:
Hey there.
I still think that circles are roughly just as much a simplification as are straight ascending lines, though they are a tal less naively optimistic...
I see no pattern at all when I look at history, except for the shapes we claim to see when we look at clouds - be it number nine or any other number...
Yes, in the past fewer people wrote more than the average pre-internet dude; now lots of people write more words per minute, but it certainly is not Eça de Queiroz we are reading. For good and for bad.
(eu acho que o Eça é chato pra burro, vou te contar...)
Postar um comentário