domingo, 31 de janeiro de 2010

Da relatividade dos sucessos e fracassos

Tradução de um trecho de um livro muito bem humorado que estou lendo sobre relacionamentos:

"No momento em que minha avó morreu, o casamento dela se tornou um sucesso. A morte separou os meus avós, não um divórcio, e morte é a única medida de um casamento bem sucedido. Quando um casamento termina em divórcio, dizemos que ele fracassou. Por que? Porque os cônjuges saíram vivos. Não importa se a separação foi amigável, ou se ambos estão mais felizes sozinhos, ou se uma relação infeliz foi substituída por duas novas relações felizes. Um casamento que termina em divórcio fracassou. Somente um casamento que termina com um dos cônjuges enterrado sete palmos abaixo da terra é considerado um sucesso.

Essa é uma medida bastante deturpada de sucesso.

Meus avós estavam casados há 31 anos quando minha avó morreu enquanto dormia ou finalmente conseguiu se matar, o que ela vinha tentando fazer há anos. Eles se amavam, e tinha muitas coisas boas no casamento deles, mas não há dúvidas de que minha avó não estava feliz. Meus pais estavam casados há 22 anos quando eles se divorciaram. Eles sobreviveram ao primeiro casamento - sobreviveram ao divórcio, e seguiram suas vidas casando novamente. Eles foram felizes juntos por duas décadas, criaram quatro filhos e decidiram, quando os filhos já eram praticamente adultos, se divorciar. Isso não me parece um casamento que fracassou. Parece mais um casamento que atingiu seu prazo de validade, o que vêm ocorrendo com maior frequência agora que nossas expectativas de vida estão tão altas. O fato dos meus pais terem se separado, encontrado novos parceiros, e iniciado segundos casamentos bem-sucedidos foi um processo longo e doloroso, mas antes isso do que um deles decidir beber até morrer."




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