sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Um Natal Canadense

Meu natal canadense foi cheio de coisas ... canadenses. Primeiro, eu tive três (!) festas de natal. Uma festa com meu running club, outra na véspera de natal com uma colega da faculdade, e outra no dia de natal, na casa do irmão de uma amiga. A primeira foi cheia de vinho e sobremesas:



Acho que a coisa mais canadense dessa festa foi o cheesecake para diabéticos, dado que cheesecake é uma coisa da América do Norte, e preocupação com os altíssimos níveis de diabetes também...

A coisa mais canadense da segunda festa foi estourar os crackers, uma tradição inglesa importada para o Canada. Depois da ceia, cada pessoa pede para a pessoa sentada do seu lado na mesa puxar o seu cracker, enquanto você puxa na direção oposta. Dentro tem um mecanismo com um pouquinho de pólvora que estoura quando puxado. Daí dentro do seu cracker você encontrar uma piada que você tem que ler para todo mundo na mesa (não achei nenhuma que valia a pena recontar aqui) e você ganha uma coroa de papel que todo mundo põe na cabeça e fica ridículo. Em defesa dos canadenses, devo dizer que essa tradição é mais inglesa que canadense...

A terceira foi uma festa de familia, e não teve nenhuma tradição particularmente canadense, mas tinha a maior árvore que eu vi esse natal (mais ou menos 3 metros).




Para voces terem uma idéia, essas são as outras árvores com as quais eu tive contato esse ano. Em ordem decrescente, essa é a árvore na entrada do meu prédio (2 metros),



e essa outra é a minha árvore (20 cm).




Mas o mais legal é que o dono casa não comprou a árvore de 3 metros, mas ele foi na floresta cortar a árvore pessoalmente, com seus quatro filhos. Eles tiveram que andar duas horas na neve até achar a árvore perfeita, e serraram ela pessoalmente... Mais canadense que isso impossivel! E o contraste é claro: a árvore na entrada do meu prédio é um pinheiro de verdade, mas provavelmente foi comprado. Já minha árvore, que fica em cima da minha TV, é uma respeitável árvore de plástico, iluminada por fibras óticas (assim eu não preciso me preocupar nem em comprar um pinheiro, nem enfeitar ele com as luzes...).

Antes das festas, duas outras tradições canadenses. Primeiro, comer panquecas no brunch (que é só um nome chique para um café da manhã tardio e muito pouco saudável em um dia em que todo mundo se programa para dormir algumas horas a mais).



O elemento mais canadense das panquecas é o Maple Syrup (que eu não sei traduzir, mas sei que é apropriado para diabéticos...)


A segunda tradição canadense foi patinar na Nathan Philipp Square, que fica no centro da cidade, em frente a prefeitura.




A pista de patinação é aberta ao público (ou seja, você pode esquiar de graça se trouxer seus próprios patins). Os estrangeiros -- como eu -- podem alugar um par de patins por duas horas.


Mas o mais curioso da Nathan Phillips Square é o fato de que não tem qualquer corrimão para os iniciantes se segurarem. Acho que os canadenses não conseguem conceber a possibilidade de que alguém não saiba patinar. Portanto, não há qualquer necessidade de corrimões....

E houve uma grande surpresa! Descobri que no estacionamento da prefeitura há vagas para alces, caso você decida ir para o trabalho (ou ir patinar) usando um meio de transporte menos poluente que seu carro. Esse é o sinal para você saber quais são as vagas reservadas para alces:


Só não entendi porque o primeiro ministro canadense não indicou que eles tinha esse tipo de iniciativa não conferência sobre aquecimento global...

Um comentário:

cláudio disse...

Destas 3 árvores de natal, a sua foi a mais adequada aos princípios da conferência do clima!
Já a árvore da família Obama ficou em último lugar: mais de 5 metros de altura e 14 anos de idade! (Bem, eles não estão mesmo comprometidos com as medidas para evitar o aquecimento).