domingo, 23 de dezembro de 2012

Muito maduro da minha parte

Depois de incitar meus leitores a fazer um balanço acurado de fim de ano (vide post anterior), segue meu próprio balanço - ou o melhor que pude fazer dadas as circunstâncias. 



Ouvir recentemente a frase “Muito maduro da sua parte”. Como a mesma foi dirigida a mim em tom jocoso, decidi prestar mais atenção nas minhas atitudes. Despois de viajar para New Haven para celebrar dez anos de formada e depois de completar 35 anos de vida (muito bem vividos!), achei que era hora de procurar por sinais de maturidade. Queria reunir evidências suficientes para provar que meu interlocutor estava errado. 

Primeiro, descobri eu não gosto mais de filmes “cabeça”.  Sabe aqueles filmes que tem uma narrativa mas não acontece muita coisa? Cenas lindas, diálogos ininteligíveis (ou a completa falta deles) e um final que deixa você pensando “hein?!”. Teve uma época da minha vida que eu adorava tudo isso. Usava o “hein?!” como plataforma para alguma reflexão ininteligível (e provavelmente pouco inteligente) do significado do filme, da intenção do diretor e, se houvesse bastante álcool, era um pulo passar dali para qualquer questão metafísica. Mas esse ano assisti Somewhere, o novo filme da Sofia Copola. Tinha gostado do filme anterior dela, Lost in Translation. Mas o novo filme definitivamente me deixou com um gosto amargo de “hein?!” na boca. Não parti para considerações de nenhum tipo. Apenas pensei: “lá se foram duas horas da minha vida que eu nunca mais vou conseguir recuperar”. Para evitar esse tipo de frustação, ao invés dos filmes cabeça, hoje em dia me delicio com Vida de Inseto. E com certeza antes do fim do ano vou assistir a Vida de Pi:



Segundo, antes eu só lia o caderno Mais! da Folha de S. Paulo. Coisas supostamente ilustradas e debates filosóficos. Pra que se preocupar com coisas mundanas, se podemos filosofar? Hoje passo longe do Mais! e fico me perguntando porque há pessoas no mundo que ficam perdendo tempo com esses debates filosóficos quando a gente tem tanto problema pra resolver no país. Basta ler o primeiro caderno. Alguém pode argumentar que é preciso se divertir também, e isso é um tipo intelectual de diversão. Desculpe, mas hoje em dia prefiro me divertir com as crônicas do Antônio Prata no caderno cotidiano, e quando estou com mais paciência, vale até o Michael Keep. Se estou em um clima "papo sério", leio a Piauí de cabo a rabo. O caderno Mais!, em contraste, não conta mais como diversão ou informação pra mim. Os intelectuais de plantão que me excomunguem, mas não é divertido, nem informativo e muito menos útil. Então, de antemão, eu preservo meus valiosos minutos sem ler o caderno, pra não ficar com a mesma sensação que tive ao terminar de ver o filme de Sofia Copola. 

Terceiro, houve um tempo em que eu só comprava livros, e apenas pedia livros de presente. Foi uma fase. Acredito hoje que foi uma fase idiota. Mas a gente tem que fazer idiotices pra aprender as coisas na vida. Ainda bem que eu percebi a idiotice antes de gastar todo meu dinheiro com livros. Eles ocupam espaço, envelhecem na sua estante e não são bem aproveitados. Hoje em dia eu primordialmente uso livros de bibliotecas, ou leio e passo pra frente, pra alguém que vá aproveitá-los mais do que minha estante. Os intelectuais virão dizer que o que importa na biblioteca de alguém não são os livros que você leu, mas os que você não leu. Quem disse isso? Umberto Eco? Não lembro agora. Mas discordo. Os livros que você não leu só te oprimem. Eles te lembram do dinheiro que você gastou (ou da oportunidade que perdeu de pedir um presente melhor) e do fato de que você sequer desfrutou deles, depois de tanto tempo. Quantas outras coisas poderiam ter sido consumidas (e devidamente saboreadas!) no lugar daquele livro? E se você tivesse deixado aquele dinheiro render na poupança então, as possibilidades perdidas se tornam quase infinitas. Por isso substituí os livros por refeições. E a substituição não foi só com meu dinheiro. Estou fazendo isso com o dinheiro dos outros também: estou pedindo a quem quer que queira me dar um presente, uma refeição. Vale tanto jantar no restaurante preferido da pessoa (ou meu, se for o caso) ou mesmo uma boa refeição caseira em qualquer horário. Não sabe cozinhar e não tem dinheiro para me levar pra jantar? Uma caipirinha com bolinho de bacalhau no boteco da esquina é um presente tão valioso quanto qualquer outro. Vejam as inúmeras vantagens: eu desfruto do presente, ele não ocupa espaço, e guardo no meu coração uma excelente lembrança. Aliás tenho mais lembranças de uma boa refeição do que de um livro não lido. 
Acho que tudo isso é sinal de maturidade. Acho que maturidade é saber deixar a vida mais leve, mais simples, menos complicada. Todas as minhas elocubrações intelectuais, regadas por filmes “cabeça”, cadernos Mais! da Folha e pilhas de livros combinavam com meus hormônios fora de controle. Mas um dia a adolescência acaba. E com as espinhas, vão embora também todas aquelas complicações absolutamente desnecessárias da vida. Minha estante está mais vazia, minhas idéias estão mais claras e meu estômago está forrado de coisas boas. Ou seja, acho que amadureci bastante. Ou isso, ou minha terapeuta é incrivelmente competente. Vai saber.  

sábado, 22 de dezembro de 2012

O Problema do Balanço de Fim de Ano

Chega no fim do ano e estamos supostamente todos fazendo balanços. Ano foi bom ou foi ruim? Quando vc começa a tentar responder a essa questão, uma série de outras perguntas aparecem e torna-se inevitável começar a fazer um balanço maior e mais complexo das nossas vidas. Afinal, o ano pode ter sido bom porque estão todos na família bem de saúde e empregados, mas será que estamos de fato felizes? A pergunta é inevitável. E a resposta nem sempre é fácil.

De repente, você descobre que, ao invés de ser o astronauta da Nasa que você sonhava ser quando tinha sete anos de idade, você trabalha para a prefeitura carimbando papéis todos os dias. Por um lado, esse emprego na prefeitura paga suas contas, garante a escola dos filhos, e te permite chegar em casa todo os dias as seis da tarde -- a tempo de jantar, brincar com os filhos e assistir a novela. A Nasa, em contrapartida, teria te dado uma vida profissional mais interessante e bem remunerada, mas o tempo para os filhos, para o jantar e para a novela seria certamente sacrificado. E é aqui que a tentativa de fechar o balanço começa a ficar complicada.

Alguns decidem que prefeririam a vida da Nasa, mas como não dá para fazer nada sobre isso agora, deixam a idéia para lá. O problema é que ignorar o sonho e continuar sua vida de funcionário público está cada dia mais difícil, em especial para quem usa a internet. Vejam, por exemplo, essa imagem (disponível no site http://www.baubauhaus.com/image/40062):


Os que frequentam as rede sociais, da mesma forma, são bombardeados diariamente com mensagens como essa abaixo (retirada da Comunidade "My better life" do facebook):

E quando você pensa em quantos anos te restam, quando você faz contas e calcula o seu saldo de vida – mesmo incluindo uns aninhos de “bônus” –, você se dá conta de que, ainda que você viva muito, mas muito mesmo, o fim vai chegar.

Mas, se você tiver embarcado na sua jornada em busca de si mesmo, você vai começar a perceber que não se deve medir o tempo em quantidade, mas sim em qualidade. Só importa a intensidade do que você vive, a profundidade do que você vive. 


Enfim, a internet pergunta na lata: você está vivendo a vida que queria viver? E, mais do que isso, muitos parecem te pressionar para dizer que não. Afinal, não há "profundidade e intensidade" em carimbos da prefeitura, jantar em casa e novela, certo? Bonito mesmo é ir atrás dos seus sonhos, por mais impossíveis que eles sejam, ao invés de se acomodar com o status quo. E para ir atrás dos seus sonhos é preciso coragem, dizem por aí. Ou seja, depois de passar o dia carimbando numa sala sem ar condicionado, comer feijão sem sal, assistir um capítulo ruim da novela e cuidar do seu filho doente, você ainda tem que ouvir de um bando de desconhecidos que você é infeliz e covarde. 

Pois eu estou aqui, usando a internet, para discordar desse povo. Não é preciso "coragem" para sair em busca da felicidade. Para se sair em busca da felicidade, é preciso que o balanço da sua vida esteja no negativo. Só assim a conta da busca fecha no positivo. Se a idéia de se livrar de tudo tem um custo muito alto, a empreitada pode ser desastrosa e há um risco altíssimo de que sua vida fique pior do que estava antes. É natural que o sujeito queira, portanto, assumir menos riscos. Mas quando já está tudo uma merda, não é difícil se embrenhar nessa busca, pois se tem muito pouco a perder. Para quem está no fundo do poço, qualquer mudança é lucro. Portanto, não se trata de coragem, mas sim de quão fudido você acha que você está. 

Para os que acham que eu estou viajando, leiam aqui sobre a Teoria do Prospecto (Prospect Theory) do Daniel Kahneman, um psicólogo que ganhou o prêmio nobel em economia. Ele mostra que a propensão da pessoas a assumir riscos depende do quanto elas tem a perder. Aqueles que tem pouco a perder assumem mais riscos, e aqueles que tem muito a perder assumem menos riscos. Portanto, não são os "corajosos" que decidiram buscar seu verdadeiro eu, ou a felicidade, ou algo diferente do que eles tinham. Nem são os medrosos que ficam acomodados em suas casas assistindo a novela. A propensão a mudar vem da conclusão de que sua vida está uma merda, e não de uma força inata e intrínseca dentro do seu ser.

É aqui que se torna chave, portanto, o balanço de fim de ano. O balanço precisa estar acurado para te dizer quão boa ou ruim anda sua vida e o medo que precisamos enfrentar não é o medo de mudar, mas é aquele medo que nos impede de fazer um balanço verdadeiro. A covardia não acontece porque o sujeito decide preservar a vida que tem, mas sim porque ele decide manipular a contabilidade de fim de ano para fingir que o balanço está positivo, quando no fundo ele sabe que não está. A coragem que se precisa é a coragem de fazer o balanço que avalia de verdade as contas. Portanto, desde que seja verdade, você pode e deve ter o direito de dizer que você está bem com seu emprego na prefeitura, feijão sem sal na companhia da sua família, e relaxar diante da TV no conforto da sua casa, mesmo que o capítulo da novela tenha sido ruim naquele dia. Ou seja, você tem todo o direito de resistir à pressão de ter uma vida profunda, intensa e cheia de significado, como exigem os ditames sociais do facebook.

Em suma, faça seu balanço, lembrando-se do escândalo da Enron: anos e anos de manipulação da contabilidade para gerar falsos resultados positivos podem gerar uma crise de proporções inimagináveis. E para lidar com isso, meu caro leitor, não tem internet. Só terapia mesmo.

P.S. - O livro do Kahneman foi uma das melhores coisas que li nos últimos anos. Recomendo. 

sábado, 17 de novembro de 2012

A fugacidade das abóboras

E já que estamos falando de Halloween (vide post anterior), porque não mencionar que Halloween também é arte? 

O fenômeno acontece no final de outubro: a cidade se enche de abóboras. Estão à venda em todos os lugares, nos mais variados tamanhos, formas e cores (foto em NYC). 


 E daí todas as pessoas da cidade se tornam escultores. Quase todas abóboras são compradas para serem esculpidas (não consumidas) num show de arte que se espalha por toda a cidade (foto em Toronto).
Graças ao casal vinte V. e D. eu tive a feliz experiência de poder esculpir uma abóbora ano passado e esse ano. Só depois de tentar fazer você mesmo é que vc passa a apreciar quão difícil é fazer algo decente (e por isso vou omitir as fotos das abóboras que esculpi). Aqui vai a que eu elegi a melhor abóbora do ano:


E da mesma forma como elas surgiram, elas desaparecem, de um dia para o outro. É como se nada tivesse acontecido: não há o menor sinal de que havia abóboras, halloween e pretensos artistas em todas as casas. E todos voltam às suas vidas pouco ou nada artísticas, esperando pelo Halloween do ano que vem...

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Halloween, Ordem e Progresso

No final de outubro comemoramos (tanto os EUA quanto o Canadá) o Halloween, que foi traduzido no Brasil como dia das bruxas. As celebrações por aqui são das mais variadas, desde de festas a fantasia para os adultos e distribuição de balas para crianças até eventos de rua para a família inteira (veja meu post sobre isso aqui).

Mas em conversa recente com uma amiga, descobri que as pessoas andam importando as comemorações do Halloween para o Brasil. Há quem demonize a globalização por criar uma cultura global homogênea e diminuir a riqueza e diversidade cultural do mundo. No Brasil, esse tipo de crítica embasou uma pequena campanha internética para que, ao invés de celebrar o Halloween, celebrássemos o dia do Saci-Pererê (que é exatamento no dia 31 de outubro). 

Eu não concordo com esse tipo de crítica porque ela assume que culturas são excludentes. Assume que temos que escolher entre uma cultura ou outra, ao invés de conseguirmos conviver com diversidade e pluralidade no mundo. Acho que podemos perfeitamente conviver com ambas culturas e nosso mundo fica, na verdade, mais rico com isso. O cosmopolitismo deveria ser valorizado, não execrado (para uma articulação acadêmica/filosófica dessa idéia, recomendo esse livro).  

Minha amiga, porém, me contou que ficou horrorizada com a forma como o Halloween foi celebrado no Brasil. Hospedada no apartamento em condomínio de luxo da irmã, que tem uma filha, ela disse que a "celebração" era coordenada por um animador de festas, sem a presença dos pais. As crianças, correndo e gritando pelos corredores, batiam de porta em porta para pular como selvagens sobre um saco de balas, numa luta para ver quem conseguia pegar a maior quantidade. E esse retrato da selvageria é exatamente o oposto da forma como o Halloween é celebrado no América do Norte.

Aqui, as crianças vem em grupos de dois ou três, sempre acompanhadas de um adulto ou um adolescente responsável. Diante do saco de balas, as crianças investigam cuidadosamente as opções, pois sabem que podem apenas pegar uma bala do saco. Minha amiga disse que uma vez, quando encorajou uma menina de 5 anos a pegar outra bala, que a menina imediatamente olhou para o pai, pedindo permissão para fazê-lo. O pai indicou para a menina que uma bala era suficiente. Ela agradeceu a oferta e obedientemente se dirigiu à próxima casa, sem choro nem escândalo. Eu também já tive uma experiência assim. Ao mostrar o saco de balas no meu prédio, um menino de 3 anos encheu as duas mãos e foi imediatamente repreendido pelo pai, que mandou ele devolver todas as balas e pegar apenas uma. 

Esse exemplos mostram que o Halloween é usado pelos pais norte-americanos como uma oportunidade para ensinar moderação e auto-disciplina para seus filhos. E essa parte a classe média alta brasileira ignorou. Eles copiaram a fantasia e as balas, mas perderam o ponto principal da celebração: a oportunidade de contribuir com algo valioso para a educação das crianças brasileiras. Halloween é sobretudo um exercício de paciência e moderação.

Não é à toa que os brasileiros ficam surpreendidos com a educação das pessoas na América do Norte. Os carros dão passagem uns para os outros. Os passageiros esperam aqueles que estão desembarcando do metrô antes de entrar. As pessoas fazem fila para entrar em um ônibus, ao invés de se aglomerarem caoticamente na porta, lutando para ver quem consegue entrar primeiro. Essa educação não cai do céu nem surge como mágica. Essa educação existe porque essas pessoas, quando eram crianças, foram treinadas para agir dessa forma. E esse é o ponto que ficou faltando importar para o Brasil. Ou seja, temos atualmente um cosmopolitanismo de uma perna só, e isso está longe de ser uma homenagem ao Saci-Pererê.

Termino com um relato do programa de rádio canadense, que ouvi na manhã do Halloween. O locutor havia chamado um médico para alertar os pais sobre os males do consumo excessivo de açucar. Logo em seguido, ele entrevista um psicóloco para dar dicas de como os pais deveriam administrar o consumo das balas coletadas na noite do Halloween. Aqui, novamente, mais uma oportunidade para ensinar moderação a auto-disciplina para as crianças. O psicólogo sugeriu que os pais estabelecessem uma regra -- apenas uma bala pode ser consumida por dia. E indicou que isso normalmente gera ansiedade, pois as crianças acham que alguém pode sumir com as balas antes que as mesmas sejam consumidas. Para lidar com esse problema, ele sugeriu colocar as balas em um recipiente transparente, em um lugar visível da casa, para que a criança possa verificar diariamente que as balas permanecem lá. Isso ajuda elas a lidar com a ansiedade e facilita o cumprimento da regra do consumo de uma bala por dia. O contraste é claro: enquanto os pais canadenses ouviam essa reportagem (e o nível de audiência do programa é altíssimo), os pais brasileiros assistiam a novela enquanto deixavam suas crianças sob a tutela do animador de festas. 

Enfim, os brasileiros precisam ficar menos deslumbrados com "como tudo funciona" em outros países, e precisam começar a pensar em porque tudo funciona em outros países. É só assim que vamos começar a caminhar em direção a um bom cosmopolitanismo.  
 
P.S. - Peço desculpas aos meus fiéis leitores pelo sumiço. Estou trabalhando em muitos projetos (dois artigos e dois livros) ao mesmo tempo e, quando tempo tempo livre, a última coisa que quero fazer é escrever...
 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

O porco politicamente correto

Aqui nos Estados Unidos, em geral, tem três tipos de comida: orgânica-natureba, étnica e porcaria (também conhecida como fast food).

Para escolher sua refeição, você precisa, fazer uma análise de custo-benefício. Se quiser sabor, vá pela étnica, mas não exija mais nada. Por exemplo, se você é vegetariano e pergunta se tem carne no feijão, a moça do restaurante brasileiro vai te dizer que não, omitindo o fato de que usaram caldo de carne pra cozinhar o feijão.

Se você quiser coisas saudáveis, tem que deixar de lado o sabor, e provavelmente tudo que você tem de politicamente incorreto. Os lugares que vendem esse tipo de comida reciclam tudo, compram leite de vacas felizes e apóiam o Obama.

Sobra o fast food se você estiver sem dinheiro, sem tempo, ou precisando de terapia.

Eu sempre vou pela opção étnica, mas hoje eu descobri que não preciso mais escolher! Descobri um lugar mexicano que vende burrito, com coisas orgânicas, free-cage, happy cows, no hormones e com sacolas de papel reciclado!




Reconheço que antropomorfizar o porco e falar que reciclagem é mágica é um pouco infantil (afinal, se transformar coisas fosse mágica, qualquer manufatura na China seria a Disney), mas a gente dá um desconto já que a comida tem sabor e é saudável!

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Sabático com Shaun the Sheep

Você está se perguntando o que uma pessoa faz durante o sabático? Há várias pessoas dando dicas do que fazer na internet, mas vou poupar vocês.... Minha recomendação é para todos assistirem Shaun the Sheep, que infelizmente não teve seu nome traduzido para o português no Brasil (pronuncia-se choum), mas virou a ovelha Choé em Portugal... Adoro esses portugueses resitindo a dominação estrangeira. Deve ser trauma da época em que transferiram a metrópole para o Brasil... (clique aqui para assistir).

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Feminismo para homens


Quando eu me revolto com cantadas na rua, frequentemente a resposta dos homens é: você deveria é ficar lisongeada. Dizem eles que ficariam lisongeados se as mulheres estivessem cantando eles. A pergunta que fica é se eles também ficariam lisongeados com uma cantada dessas aqui:


Para os homens que querem entender porque eles se sentiriam tão desconfortáveis com essa cantada, sugiro lerem o texto dessa semana de Alex de Castro sobre feminismo para homens. 

E para aqueles que acharem que o texto é muito longo, assistam ao menos ao vídeo que ele recomenda ao final:

   

Sim, os homens são parte do problema e, por isso, parte da solução. 

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Comendo (muito bem) na Califórnia

Já tinha postado o relato da minha viagem pra San Francisco em 4 posts no ano passado (veja a série em junho e julho do ano passado). Depois de passar esse fim de semana na cidade, ficam minhas dicas de três excelentes restaurantes:

1) Limon - comida peruana da mais alta qualidade. Frango assado e sangria altamente recomendados. Aproveite para visitar o bairro chamado Mission, que tem uma rua com murais espetaculares. 

2) Cha cha cha - comida cubana de primeira. Paella é especialmente boa. Aproveite para visitar o bairro hippie, conhecido como Haight-Ashbury, que tem uma das maiores lojas de música do planeta. 

3) Colibri - comida mexicana de verdade! E não deixe de tomar uma margarita ou um shot de tequila. Eles tem mais de 80 tipos diferentes de tequila! O brunch aqui (que mistura tradições americanas e mexicanas) é especialmente bom.

E para aqueles que estão intrigados com o fato de que eu fui comer comida latina na Califórnia, leiam sobre a história da região (o lugar foi colônia espanhola e parte do México, antes de ser apropriada pelos Estados Unidos durante uma guerra...).  


sábado, 29 de setembro de 2012

Direito e a verdade

Minha resposta ao post anterior. Tragam mais vinho!

Os problemas que você levanta aparecem também no direito. Um exemplo simples: limites de velocidade. Ao estabelecer que o limite é 100Km/h, ao invés de 90 ou 110Km/h o legislador está também fazendo um cáculo de custo-benefício. Risco de acidente e fatalidades versus agilizar os meios de transporte (e consequentemente a economia, etc). O limite arbitrário de 100Km/h pode ser super ou subinclusivo, pois inclui o motorista com um carro antigo que não poderia andar nessa velocidade com segurança, e também o veículo mais moderno e sofisticado que atinge 300Km/h sem perder a estabilidade. O exemplo é simples, mas acho que o problema é o mesmo.

Como justificar essa determinação aparentemente arbitrária? No direito, o argumento é que o legislador prefere fazer o corte ao invés de delegar essa decisão para o aplicador da lei, seja ele o policial ou o juiz. A alternativa seria uma regra aberta, que diz: será multado e poderá ter sua carteira confiscada o motorista que dirigir a uma velocidade tão alta que imponha perigo a si mesmo e a terceiro. Nesse caso, fica a critério do policial e talvez do juiz, se o caso for parar em um corte, determinar o que é uma velocidade alta.

Dar esse tipo de discricionariedade para o aplicador da lei, todavia, é algo que não nos sentimos confortáveis em fazer. Ao menos não nos países com o sistema de civil law, como o Brasil e a maioria dos países da América Latina e da Europa continental. Desde a revolução francesa, nesses sistemas o juiz (o aplicador) é conhecido como "a boca da lei", ou seja, a pessoa que apenas proclama aquilo que foi ditado pelo legislador.

O contraste com os países de common law é evidente. Nos Estados Unidos, Canadá e outras ex-colônias britânicas, a função do juiz é fazer lei. Ele pode reverter o que o legislador disse e com frequência o faz. Nesse caso, ainda que o legislador tenha dito que há um limite de velocidade, o juiz pode entender que certas exceções são válidas e ao estabelecer quais seriam essas exceções, sua decisão vira regra a ser aplicada pelos policiais dali em diante. Ou seja, é um sistema que dá mais discrionariedade para o aplicador, nesse caso o juiz. Mas também é um sistema que prepara o aplicador para usar tal discrionariedade com parcimônia.

Não é à toa que aqui as faculdades de direito são pós-graduação. Você apenas pode cursar a graduação em direito depois de obter um outro bacharelado. E apenas podem virar juízes pessoas no fim da carreira, que já demonstraram competência e notório saber jurídico, e já tem idade suficiente para não ter qualquer ímpeto de agir como justiceiros. Isso sem falar no fato de que a faculdade prepare esses aspirantes a legisladores a contemplar os prós e contras de todas leis e decisões judiciais, ao invés de criar um sistema de decoreba de códigos e provisões legais, que é o que temos atualmente no Brasil.

Por que estou falando tudo isso? Porque eu acho que o seu texto precisa fazer uma distinção entre aqueles que formulam a política e aqueles que aplicam ela. O clínico que está lidando com o paciente no dia a dia do hospital não faz a ciência evoluir. Quem faz a ciência evoluir é o médico envolvido em pesquisa, que está com certeza em diálogo com o formulador de políticas públicas o tempo todo. E se os critérios cientificamente aceitos mudarem, muda a regra. A questão que se levanta é se o formulador de políticas públicas tem algum motivo para achar que pode dar ao clínico discricionariedade para decidir caso a caso, dando uma parâmetro pré-definido, como de um a quatro dias. É aí que a coisa pega.

Acho que eu iria mais longe, para argumentar que o formulador de políticas públicas provavelmente deve ter feito um cálculo um pouco mais complicado (ao menos assim espero). O cálculo seria: do universo de possíveis pacientes, qual o percentual que apresentaria os sintomas em menos de quatro dias, e desse universo qual a probabilidade de um paciente apresentar os sintomas sem ter o distúrbio. Se os números forem significativamente maiores para o segundo do que para o primeiro (ou seja apenas 20% dos pacientes que apresentam os sintomas em menos de quatro dias tem o distúrbio, enquanto que 95% dos pacientes que apresentam os sintomas em quatro dias ou mais tem o distúrbio), parece justificável que a regra fique como está. Caso contrário, o formulador de políticas públicas está assumindo um risco de erro de diagnóstico em 80% dos pacientes com sintomas em menos de quatro dias. Em contraste, o risco seria de apenas 5% nos casos de quatro dias ou mais de sintomas). Decide-se, portanto, pela opção que impõe menos custos para a sociedade (ainda que os 20% que ficaram sem medicação adequada não achem isso justo).

Se eu estiver certa nessa minha análise, quem quer que tenha formulado os guidelines não está seguindo o princípio de antes de tudo não causar dano no plano individual, mas sim no plano coletivo. Evita-se o risco de causar dano ao universo de 80% de pacientes, causando-se dano ao universo de 20% daqueles que poderiam se beneficiar da medicação.

A alternativa seria dar discricionariedade para os clínicos (ou para os aplicadores da lei), e assumir o risco de erro. Mas daí a questão é se temos uma infraestrutura de educacão, seleção e controle desses clínicos, que nos ofereça alguma garantia de que estão fazendo a coisa certa na maior parte do tempo. Se nada disso existir, os 20% ficam com o medicamento que precisam, mas um grupo de 80% de pacientes vai ser medicado de maneira equivocada.

Por isso é preciso mais do que regras boas, mas sim infraestrutura para garantir que quem aplica essas regras sabe o que está fazendo. No direito, ao menos no Brasil, eu te garanto que esse infraestrutura não existe. Ficamos, portanto, com o menor dos males...








Medicina e a verdade

Segue abaixo um texto do meu primo M., que incitou um debate interessante. Coloco a resposta na sequência. E proponho que todos abram uma garrafa de vinho e participem do debate (como fazemos nos jantares de família)!

Texto de autoria de M. (o outro M., não eu):

Talvez já lhes tenha incomodado individualmente com esse assunto, com o qual encasqueto às vezes, o “primum non nocere”, que se atribui em espírito a Hipócrates (pois parece que a frase exata não está nos aforismas), “antes de tudo não causar dano”.

No juramento médico, há o sentido raso de não intencionar o mal com relação ao paciente, mas todos nós sabemos que ações bem intencionadas e salvadoras para a maioria (por exemplo, restaurar a pressão arterial em um paciente grave) também podem causar mal, e matar. E, por outro lado, não intervir quando o risco-benefício é favorável, temendo o dano improvável, é também lesar por omissão. A questão crucial é saber quando e em quem intervir – uma questão de “fato” (de diagnóstico, fato interpretado à luz do melhor conhecimento), mesmo que se admitam direitos individuais de negociar-se os limites de sub ou super tratamento.

Pois bem, as categorias diagnósticas (nosológicas) podem ser “acertadas” sindromicamente de modo a se adaptarem ao comportamento médico e à disponibilidade de medicamentos possivelmente eficazes para cada síndrome. Uma “amigdalite purulenta” (mais provavelmene causada por estreptococo) merece o risco da antibioticoterapia, ao passo que a não-purulenta não. (Essa díade ainda faz parte da nosologia brasileira, e provavelmente de outros países que não dispõem de testes estreptocócicos diretos, não é mais muito científica, apenas presta para não se prescrever antibiótico demais em uma condição benigna).

Mas na psiquiatria o negócio enrosca. Uma questão em ouriçado debate no novo DSM (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders): a partir do DSM-4 foi acrescida a entidade distúrbio bipolar tipo II, pacientes que têm humor predominantemente depressivo na maior parte do tempo, mas que apresentam breves períodos (dias, mais que semanas) de hipomania – humor expansivo e/ou irritável que não é característico da pessoa, pensamento e discurso acelerados, inclinação ao risco com destemor (compras, sexo), mas sem chegar ao delírio, à psicose e à hospitalização.

A legitimidade é inegável, a síndrome é reconhecível, a resposta terapêutica é melhor com os neurolépticos atípicos e os antieplépticos estabilizadores de humor do que com os antidepressivos. Parece mesmo ser uma doença diferente da depressão pura, biologicamente falando, embora fenomenologicamente sejam na maior parte do tempo parecidas. Para não ser injusto: os períodos de hipomania podem ter grande importância na vida da pessoa e mesmo da humanidade, como quando permitem o início de projetos criativos (livros, negócios, guerras, etc), ou também quando dão em merda. E a depressão também, ora essa, ligando a alma ao sentido profundo das coisas, que é mesmo obscuro e sediço, suponho.

Mas, agora estou chegando ao ponto, o DSM pode ser “ajustado” para que se incluam ou excluam pacientes em uma categoria. No caso em questão, todos acordarão que cinco minutos de alegria explosiva não são critério suficiente para inclusão – mas serão necessários os quatro dias previstos no DSM-4? Na prática, a maioria dos episódios de hipomania dos bipolares tipo II tem um a três dias de duração, não quatro. Mas se você afrouxar o critério, incluirá sujeitos deprimidos ocasionalmente eufóricos, e não verdadeiramente bipolares. Uma vez incluído, há a propensão a usar aquelas drogas que mencionei, mais caras e tóxicas do que os antidepressivos. Aí vem um “primum non nocere” na cabeça do legislador do DSM, e ele perde de vista facilmente que esses critérios serão utilizados subsequentemente na elaboração de protocolos de pesquisa, no ensino aos médicos que estão chegando, e sobretudo no agrupamento de pacientes para o teste de drogas específicas.

Descolar a nosologia excessivamente da informação científica disponível, mesmo que com boa intenção, pode destruir a percepção de anomalias (no jargão kuhniano, é o acúmulo de anomalias uma característica da ciência normal, e também uma pré-condição para a mudança de paradigma) nas teorias vigentes, e assim obstar o progresso da ciência. É como se, ao avaliar o efeito dos antibióticos no curso clínico da amigdalite, desistíssemos de saber se a etiologia é bacteriana ou não, e concentrassemo-nos no efeito que as drogas têm em grupos divididos pelo aspecto macroscópico (purulência ou não), já que isso é tão prático e popular, e ainda reduz a prescrição total de antibióticos, o principal problema real que enfrentamos – o "primum non nocere" da questão.

Percebem o quanto isso é parecido com fazer política (diplomacia), em vez de fazer ciência? E percebem o quanto a ciência às vezes terá que se satisfazer (talvez por uma centena de anos) apenas com a imaginação?

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Meet MIT (parte 3)

Essa é a famosa estátua do alquimista, vista de fora (comigo dentro) e de dentro (com a famosa fachada do MIT ao fundo). Curiosidade: os degraus desse prédio tem aquecimento, para não congelarem no inverno.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Meet MIT (parte 1)

Essa semana, uma série de fotos para vcs conhecerem o MIT, começando com um mapa do campus (ou parte dele).

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

A Alternativa ao Direito

Hoje o post vai em homenagem a um colega da San Francisco, que publicou um poema memorável no nosso terceiro ano de faculdade:

“Queria ser revoltado. Usar jeans rasgado, militar na
esquerda. Mas sou filho da classe C, esperança de casa,
tinha que fazer direito. Acabei é fazendo poemas. Hoje são
palavras: se voltam contra mim”. 


Fabio Aristimunho

E aqui vai minha paródia:

Queria ser artista. Usar cabelo verde e fumar maconha no campus.
Mas a reforma da previdência destruiu a ECA, e como qualquer artista sem rumo, tive que fazer direito. Acabei é fazendo um doutorado. Hoje minhas palavras se voltam contra o tal do Cardoso: Freud explica.  

Voltando ao trabalho sério do Fábio, vale ler o artigo sobre o trabalho dele que saiu no Estado de S. Paulo.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Onde estão os brazucas de Boston?

Em Everett! 

Fotos da rua principal desse município a 5 min do MIT. 

Tem açougue brasileiro (porque açougue americano é obviamente diferente...),
 

tem remessa de dinheiro para o Brasil,


tem a assembléia de Deus, para você rezar para a remessa chegar direitinho no Brasil,

 

tem, obviamente, a churrascaria, pela bagatela de 9.99,

e para aqueles que não podem perder tempo, você pode mandar a remessa de dinheiro enquanto come um pastel!

Enfim, aqui ninguém pode usar a desculpa de que esta com saudade de casa...

terça-feira, 18 de setembro de 2012

A maçã e o pecado

Estou lendo a biografia do Steve Jobs. O livro é fascinante, menos pela personalidade disfuncional do sujeito e mais pela história da evolução tecnológica que nós vivenciamos nas últimas décadas. É fantástico ver nos capítulos a descrição do processo de criação do Personal Computer, uma coisa que hoje faz parte do nosso dia a dia, mas há pouco tempo era algo extravagante e um pouco assustador. 

Mas o mais legal foi descobrir que o dono do meu apartamento tem um Apple II, original, guardado no porão dele. Está lá inteirinho!

  

Ele até abriu o plástico para eu dar uma olhada na maçazinha, que era toda colorida na época, mas acabou não saindo na foto. 
 
E como um bom aficcionado em tecnologia, ele também migrou para a IBM (como o mercado inteiro), quando a Apple começou a degringolar depois de lançar o Apple II. 
 
Mesmo assim eu pedi emprestado os manuais, que eu quero ler depois de terminar a biografia do Jobs. 

E acreditem se quiser, mas ele tem até o joguinhos que vinham com o computador. Esse aqui eu tirei a foto em homenagem a J. 
 
A única coisa sem graça do livro é a história de onde veio o nome da empresa, Apple. Basicamente, o Jobs estava em uma das suas dietas a base de frutas e como eles não conseguiram pensar em nada melhor, ficou Apple. A idéia era dar um nome simples e amigável para algo que as pessoas percebiam como complexo e inacessível. 

Muito sem graça pro meu gosto essa história. 

Se eu fosse o Jobs, teria autorizado o autor a dar uma inventada nessa parte do livro e dizer que o nome Apple era representativo da maçã do pecado, a queda do paraíso. O Jobs era um budista hippie inveterado, que pregava desprendimento dos bens materiais (e fez até uma viagem à India para "se descobrir"). Daí o sujeito decidiu abrir uma empresa de tecnologia e dedicar sua vida a torná-la uma líder do mercado... Foi como Adão mordendo a maçã no paraíso. Não é a toa que a maçã da Apple tem uma mordidinha. Foi ali mesmo que o Jobs caiu em desgraça e começou a gozar dos prazeres do mundo material (ia dizer dos prazeres da carne, mas ele continuou vegetariano, apesar de cair em tentação...).

E outros continuam seguindo ele, cada um à sua maneira!

  
Notem que esse sujeito, diferentemente de Jobs, deu mais do que uma mordidinha na maçã. Haja pecado!


  

Noitada

Devido ao alto volume de álcool consumido essa noite, vou ficar devendo um post (mas relato que J. E eu conseguimos fazer fondue de queijo - aprovado por nosso amigo francês G., que providenciou os vinhos). Enfim, podem vir visitar na semana que vem V. que tem comida e bebida garantidas)!

domingo, 16 de setembro de 2012

Almaden? Hein?

Tomei um susto hoje no supermercado quando vi a marca de vinho Almaden na estante. Por um momento pensei que o Brasil estava seguindo o modelo chileno de exportaçōes. Mas logo notei era um homônimo Californiano. Ainda bem que o vinho brasileiro não vai ser exportado tão cedo. Imagina o tamanho do embrólio judicial para decidir quem tem direito à marca...

sábado, 15 de setembro de 2012

O Outro BBB

Você sabe que não está no Brasil quando entra no metrô, vê BBB, e fica aliviada quando nota que não é referência a um reality show. Ufa!

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Sempre cabe mais um!

Podem vir visitar, minha gente. Se não couber em casa, dá pra alojar uns cinco no meu escritório (com direito a chuveiro na garagem do prédio e tudo!)

  (essa é a vista a partir da porta) 
 
(essa é a vista a partir da janela)
 
E o escritório já vem com uma coleção de livros sobre o Brasil, já que não vai ter TV para vocês assistirem a noite. 
  
Eu já fiz minha seleção e esses são os livros que vão me entreter essa semana (destaque para a tese de doutorado do Mantega na UPS, diversão garantida....)
 

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Em busca do bicicletário

Um colega do departamento sugeriu que eu passasse a usar a bicicleta como meio de transporte. Decidi experimentar, mas quando cheguei na faculdade, descobri que meu colega tinha dado o mesmo conselho para o departamento inteiro.

 Era tanta bicicleta, que todos os postes ao redor do local  estavam tomados.


  Restou ao retardatários, como eu, criar um próprio bicicletário e o banco do prédio do outro lado da rua, na frente do departamento, foi a vítima: 


E foi assim que eu descobri que o MIT realmente faz as pessoas pensarem de maneira pouco ortodoxa, mesmo antes de você entrar no departamento para fazer sua pesquisa...




quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Presidentes Palestrando

Hoje o Centro de Estudos da América Latina em Harvard organizou um evento brasileiro. 

E eu descobri que os presidentes de vários países latino-americanos vieram palestrar em Harvard ao longo dos anos.

  Também descobri porque o Chile é o país mais desenvolvido da América Latina.

  Enquanto os outros presidentes vem aqui fazer um blábláblá genérico e pouco interessante, os Chilenos (Bachelet e Piñera) têm até títulos para suas palestras.


A pergunta que fica é: será que o Chile é mais desenvolvido porque tem os melhores Presidentes, ou será que o Chile tem os melhores presidentes porque é mais desenvolvido? 

Não sei se vou achar resposta para essa pergunta, mas comprei um livro no evento que explica a evolução do mercado de vinho chileno. Portanto, se você substituir a palavra "presidente" por "vinho" na pergunta anterior, pode ser que eu tenha uma resposta em alguns dias...